A aromaterapia em seu conceito
mais simples e amplo existe há milênios, os indianos, por exemplo, utilizavam o
sândalo em boa parte da construção dos seus templos para garantir que eles
possuíssem uma atmosfera aromática, com a medicina ayurvédica datando cerca de
10 mil anos de história, não é exagero dizer que o uso de extratos vegetais é
uma tradição na Índia. Os egípcios por sua vez, conhecidos como o povo antigo
que mais se preocupava com a higiene pessoal e os cuidados com a pele e cabelos,
possuem registros da extração e uso dos compostos aromáticos de cerca de seis
mil anos. Eles utilizavam um método conhecido como infusão para extrair o óleo
das plantas aromáticas e os usavam em massagens após o banho, na produção de
incensos, perfumes e na sua aplicação mais notória: o embalsamamento. O uso dos
óleos essenciais com propriedades antissépticas auxiliou na conservação das
múmias egípcias até os dias atuais. Os babilônios e os árabes misturavam óleos
perfumados na argamassa das suas construções sagradas; os mercadores antigos
tinham entre os mais valiosos produtos a canela, o gengibre, a mirra e o
olíbano, estes últimos segundo a história nos conta, ofertados ao menino Jesus
pelos Reis Magos.
Os antigos gregos utilizavam
substâncias aromáticas nas casas de banho e registraram grande parte dos seus
conhecimentos, os escritos de Hipócrates são utilizados até hoje na
aromaterapia, o livro De Materia Medica, escrito por Dioscórides no séc.
1 dC, foi usado por cerca de 1.200 anos como referência em medicina
fitoterápica no mundo ocidental. Os romanos herdaram e aperfeiçoaram o
conhecimento grego acerca dos óleos e seus usos, aplicando em medicamentos,
higiene e cosméticos. Já na época lembrada como a mais “suja” da humanidade, a
Idade Média, as plantas aromáticas eram espalhadas pelo chão para disfarçar o
mau cheiro proveniente das pessoas e das roupas, que não eram banhadas e
lavadas com muita freqüência. As pessoas comumente carregavam bolas perfumadas
– laranjas com cravos espetados – para tentar se manter distante de infecções,
principalmente a peste. De uma maneira ou de outra, praticamente todos os povos
antigos e todas as eras da humanidade tem algum registro do uso de plantas
aromáticas e medicinais.
A aromaterapia como conhecemos
hoje começou a tomar forma entre o final do séc. 19 e início do séc. 20. Em
1887 foi realizado em laboratório o primeiro teste registrado sobre a ação dos
efeitos antibacterianos dos óleos essenciais; nesta época a tuberculose era uma
doença muito comum na França e observou-se que as pessoas que trabalhavam na
manipulação de flores e ervas não contraiam a doença. Após o teste, os
compostos aromáticos destas plantas foram considerados os responsáveis pela boa
saúde dos trabalhadores. Isso deu origem a uma série de pesquisas nas quais
foram constatadas, por diferentes estudiosos, a eficácia dos óleos essenciais
de diferentes plantas contra a mononucleose infecciosa, febre amarela,
queimaduras e ferimentos, e também a sua ação no sistema nervoso, pressão
sanguínea, ritmo respiratório, freqüência cardíaca e em quadros de histeria e
depressão.